sábado, 7 de maio de 2016

Na beira da estrada encontraram uma carcaça abandonada. Conchas na praia. Os fundamentos do universo imóveis, sustentando vácuo e matéria, equilibrando sua dança. Num bilhete, ele escreveu “Você está a salvo”, mas sua caligrafia era horrível. De dentro do cadáver, fluíam borboletas sem parar: um rio de seda amarela em ondas mecânicas simétricas.

Uma vez aberto o livro, era impossível não ter aprendido. Não era uma promessa de clareza, embora incêndios no céu da cidade. Aprisionaram o Mal dentro de um pote de vidro e ninguém sabia muito bem o que fazer com o resto.

Na garganta, o gosto era de choro e de esperança. Se por trás do véu, no toque, essa ferida imensa alimentando os pesadelos não seria a sua própria solução cifrada. O elo estava feito. No alto da montanha, era um sussurro tão sopro uma lagoa aérea.

Os fundamentos do universo começaram a se mover para equilíbrios outros.

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