Antes de sair, dei um bom tempo na cozinha do albergue conversando com
as mulheres que trabalham lá. Quando disse que a próxima cidade que eu
visitaria era Mendoza, elas fizeram a maior propaganda das mendozinas. E não era a primeira vez que eu escutava aquilo. É
engraçado: todo mundo nesta viagem fica tentando me arrumar namorada. Especialmente
uma namorada mendozina. No ônibus a
caminho do Cerro Campanário, fiquei me perguntando se eu estava pronto pra
isso, se eu queria realmente me
envolver com alguém. Acabei concluindo que não, que meu coração estava “fechado
como dedos”, como no poema do e. e. cummings. Mas foi só me vestir dessa
certeza que embarcou no ônibus um grupo grande de mulheres, e as três mais
bonitas delas pararam no corredor bem ao meu lado, de frente pra mim. Aí eu fiquei
achando aquilo tudo uma piada sem sentido – enquanto o ar ia se enchendo com um
cheiro delicado e quente que parecia pão-de-mel e chá de maçã.
Um comentário:
Pão de mel e chá de maçã. Hummmm, que delicia!!
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