o futuro será sombrio, mas ainda temos um ao outro. mares de corações
petrificados, vastas florestas secas de braços e mãos incapazes de oferecer
afeto, inférteis auroras de recusas virão, mas ainda teremos um ao outro. ao
teu lado, um irmão sempre a postos pra um acolhimento enquanto a descrença
imperar, enquanto o vazio o tédio a indiferença escorrerem pelas ruas entre a
poeira e o sangue entre a inveja e o descaso, você não precisará ter medo, e eu
também não. ao meu lado, amiga de todos os pedaços naufragados do que fui
voltando finalmente à tona e navegando enfim sábio enfim seguro entre as portas
de arrogância fechadas multidões gritando eu sou mais sou melhor eu eu eu o
amor não existe o sonho é vão a noite é tudo, nada nos apagará, nada alimentará
amargura. enquanto tivermos um ao outro – abrigo, mel, esperança ventilada e
indevassável, nós, transbordantes e pra nós, em nós, teremos.
Um comentário:
ainda e sempre temos um ao outro
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