quinta-feira, 15 de junho de 2017

o futuro será sombrio, mas ainda temos um ao outro. mares de corações petrificados, vastas florestas secas de braços e mãos incapazes de oferecer afeto, inférteis auroras de recusas virão, mas ainda teremos um ao outro. ao teu lado, um irmão sempre a postos pra um acolhimento enquanto a descrença imperar, enquanto o vazio o tédio a indiferença escorrerem pelas ruas entre a poeira e o sangue entre a inveja e o descaso, você não precisará ter medo, e eu também não. ao meu lado, amiga de todos os pedaços naufragados do que fui voltando finalmente à tona e navegando enfim sábio enfim seguro entre as portas de arrogância fechadas multidões gritando eu sou mais sou melhor eu eu eu o amor não existe o sonho é vão a noite é tudo, nada nos apagará, nada alimentará amargura. enquanto tivermos um ao outro – abrigo, mel, esperança ventilada e indevassável, nós, transbordantes e pra nós, em nós, teremos.

Um comentário:

Anônimo disse...

ainda e sempre temos um ao outro