mas com que esperança, ou com o quê?
(pra onde estou indo?, perguntei
e quando levantei os olhos vi:
teu olhar repousando em mim)
o desejo, afinal,
(sussurrei pra ninguém no escuro daquela noite)
o desejo, afinal, é só uma das muitas faces do amor
– e eu te vejo se espalhando em todos os espelhos
devagar
devagar
e viva
de uma semente recém posta sob a terra
espreguiçando em direção à superfície a sua metamorfose milagrosa
de uma serenidade atenta
de uma serenidade atenta
de uma avidez atenta
lentamente
reconhecendo
ao redor do meu discurso anárquico
ao redor do meu discurso anárquico
no coração da minha dispersão cansada
teu rosto, aquele
ponto
exato
exato
(no vasto horizonte)
em direção ao qual, sem notar
tenho sido
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