sábado, 21 de julho de 2018

- já tantas vezes mil milhares já bilhões de vezes eu enlouqueci e não era amor nem anjos me abraçavam, bobo em pele de cordeiro, a ausência acumulou nos poros e mais nada respirava a não ser noite absurdo amargo inverno ou ódio, sim, a solidão despedaçava abraços e eu queria apenas o meu ouro ou minha glória, talvez ambos, nunca a minha vida ou minha paz inteiras, ainda me lembro bem, e sei de cor o mal que faz quando nos falta amor ou falta amar ou faltam ambos, mil, milhares, bilhões de vezes qualquer coisa aqui dentro de nós morre e mata e nos maltrata ainda mais na longa marcha em direção ao nada onde ainda, ainda, ainda erguemos a cabeça em guerra e por orgulho ou fábula, pura matéria, toda a pura gravidade inescapável e sem fim das eras e das horas.

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