até que se torne só um
murmúrio sem sentido
tantos
eu-queria-que-fosse tantos ainda-espero inúteis
andar pela cidade à
noite andar na chuva andar sozinho andar andar
sozinho e se apaixonar
por estranhos que passam
poema sem palavras
dando um ritmo ao desejo
como se estivesse na
ponta da língua e eu soubesse exatamente o que dizer
a voz em tom
emocionado não triste apenas profundamente amoroso
sentar à mesa de um
café e ficar observando os casais e as famílias por lá que
tão ocupados com
aquelas maquininhas em suas mãos
não há nada de
grandioso acontecendo
sempre achar que se
fosse comigo seria diferente
ou então é uma
lembrança de carícias
entrar sozinho em um
bar e pedir uma dose do que for mais forte
andar sozinho pela
praia pela praça pelos prédios sempre estar pensando em versos
música interminável
quase saltando dos lábios
todos os
transbordamentos
murmúrio
murmúrio
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