porque
hoje não há nada que mereça ser cantado começando em mi maior.
você
mal me deixou dormir e sonhar com você outra vez fugindo roubou toda a graça de
voar sobre as calçadas.
é
inútil amar quem não quer ser amado.
já
te expliquei: não existe explicação nenhuma que dê conta da verdade mas bem que
eu gostaria de te provar umas palavras.
hoje
não há nada que mereça o poder que tem.
exceto
talvez este olhar preguiçoso se espalhando no quintal da casa junto com a água
da chuva entre as lajotas irregulares.
nem bem três da tarde e estão acesas as luzes dos postes.
mentira,
eu dormi muito bem. tenho dormido melhor que vivido.
você
mal me deixou viver.
mal
acredita que eu viva.
e
isso não é nada que se possa provar.
mi
maior, lá, ré, mi, lá, ré, mi, já vai amanhecer.
sem
voz.
sem
merecer.
sem.
sem.
tanto
faz pra você.
pra mim é essa poesia
meio oca em caneta vermelha escrita numa folha de rascunho do escritório numa tarde de quinta de
segunda-feira.
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