domingo, 26 de agosto de 2018

porque hoje não há nada que mereça ser cantado começando em mi maior.

você mal me deixou dormir e sonhar com você outra vez fugindo roubou toda a graça de voar sobre as calçadas.

é inútil amar quem não quer ser amado.

já te expliquei: não existe explicação nenhuma que dê conta da verdade mas bem que eu gostaria de te provar umas palavras.

hoje não há nada que mereça o poder que tem.

exceto talvez este olhar preguiçoso se espalhando no quintal da casa junto com a água da chuva entre as lajotas irregulares.




nem bem três da tarde e estão acesas as luzes dos postes.

mentira, eu dormi muito bem. tenho dormido melhor que vivido.

você mal me deixou viver.

mal acredita que eu viva.

e isso não é nada que se possa provar.

mi maior, lá, ré, mi, lá, ré, mi, já vai amanhecer.

sem voz.

sem merecer.

sem.

sem.

tanto faz pra você.

pra mim é essa poesia meio oca em caneta vermelha escrita numa folha de rascunho do escritório numa tarde de quinta de segunda-feira.

Nenhum comentário: