quinta-feira, 13 de junho de 2019

desenrolar uns nós de má-vontade
milhares de obstáculos entre o querer e o alvo
egos feridos de inveja, almas empedradas em dogmas
abrir caminho entre os cínicos tocaiados na inércia
a arrogância toda diluída com o veneno em suas flechas
heróis de plástico, exércitos de uma ideologia intrínseca
construir-se de suor sob uma chuva de escárnio
os chicotes estalando em nossa busca de amparo
uns meninos mimados, homens estéreis de ódio
traçar alguma alegria atrás da máscara obrigatória
a súbita cor da pele espalhada na maquiagem
restos de uma antiga humanidade agora sem propósito
escombros de comunidades nunca celebradas
cabe somente a nós não morrermos
cabe somente a nós
cabermos
pra sempre compreender é um ato solitário

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