Quando visitei a nascente do Rio São Francisco, em
Minas Gerais, me perguntava quanto tempo levaria uma gota de água pra ir desde
ali até o mar. Ou um barco – e eu gostaria muito de ser aquele barco, sim, mas
ainda mais do que isso, queria caminhar ao lado do rio, acompanhando cada passo
de sua vida até o litoral. Ou eu queria ser o São Francisco, simplesmente, sem
contar nem horas nem gotas. Um rio é ao mesmo tempo o próprio nascimento e a
própria morte – e não seria ele ao mesmo tempo o mar? E não seria a chuva? E
não estaria ele à nossa volta aqui, agora, pairando invisível no ar?
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