Se aquele silêncio me engolisse. Aquela imensidão de
ser nada ou de tanto fazer, porque é uma palavra muito grande
"acolhimento", desaparecer evaporado, ou liquefeito, fim. Sempre que
você levanta a cabeça, encara o fato de que tem que andar, não importa o que
sangre, e sangra, os músculos nem sempre acordam, dias inteiros se vão enquanto
uma interrogação perpassa todos os impulsos. Chacais, aves de rapina e
serpentes espreitam, lágrima é pedra, acho que tudo é. Será outro peso acusar a
si mesmo, ou sentir raiva ou pena, ou invocar algum herói submerso e destruir o
que depois será você mesmo quem terá que refazer do nada, a milhares de
anos-luz de que alguém se importe. Ficar, ser apagado por um sopro, um contínuo
pensamento de paisagem que não sabe nem pergunta a sua razão de estar sendo, se
aquela terra me assimilasse, ou nuvem ou lava, abraça a minha recusa a este
mundo de raivas e cegueiras que só não duvidam de si mesmas, ainda que
"abraço" seja pedir muito. Às feras, dores de feridas; para quem já
secou, água de rio, até não existir mais margem, por toda e qualquer alegria que
possa caber em não ter nome algum, e porque sim e adeus, é tudo embora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário