Quieto, eu fico olhando ela sair por uma porta cenográfica. Não poderei
gritar o nome dela porque, infelizmente, só sei como se chama a personagem. E
meu roteiro não diz nada agora além de “Cai
o pano”. Não tenho como calcular em quantos níveis não me importo nem um
pouco, nem como explicar por que me importo tanto. Ah, sim, fizemos uma bela
cena, ela e eu. Cai o pano – aplausos – deveria haver uma consagração aqui. Nossos
sorrisos tentam se espalhar por sobre a maquiagem, inutilmente, sem o menor traço
de verdade. Não há nada maior que essa dor contida – uma tristeza, lembra?, que
o poeta bem intencionado achou que poderia usar como aquarela. E que fica lá, mancha
de luz nos olhos quando os refletores se apagam. Como um troféu de silêncio. Como
uma paz muito plástica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário