É de manhã. Quem dera prolongar essa promessa espreguiçosa
no ar puro. Você não gosta de linhas retas, da luz matemática, das horas sem
rastros de sonhos. Tem cheiro de orvalho e de pão, uma eletricidade que se
espalha sobre o sono e colore as paredes de espera. É tão cedo. Só sei que te
adoro, algum muito, uma delicarícia nas mãos, um beijo deitado na pálpebra. Você
pulveriza o céu, despedaça, você está diluindo o céu no peso do teu corpo. Borbulha
em bule de café, mas bem antes da pressa. Enfim. É o princípio. Vestir o ir em
frente com o teu mistério, eu quero tatuar a tua pele em mim, a tua profundidade
inspiralada. Você mora em tantos labirintos. E vai chegar logo mais,
recarregada de noites.
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