Todos
os portos, todos os aeroportos são iguais, rodoviárias e estações com suas
televisõezinhas de partidas e chegadas, anúncios de colares-travesseiros,
estufas com pães-de-queijo, armários, homens e mulheres de coletes, malas com
rodinhas, carrinhos pra levar as malas com rodinhas, rodinhas, campainhas e
companhias, rodinhas, relógios, mãos acenando e lágrimas em plataformas de
embarque.
Todos
os barcos, ônibus, todos os trens e os aviões sobre os seus trens de pouso são
iguais, bancos de couro imitando couro, as manchas de sol e sombra dançando em todas as superfícies, as suas televisõezinhas com programações duvidosas, os dedos indo e
vindo nas telas dos celulares, os olhos indo e vindo na paisagem, sono
entrecortado e o pescoço de mal jeito, as costas de mal jeito, as pernas de mal
jeito, estranhos com conversas estranhas e biscoitos distraindo a fome, mantas,
memórias, mãos acenando e lágrimas correndo nas janelas.
Todas as partidas,
todos os caminhos e chegadas são iguais.
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