segunda-feira, 11 de maio de 2020

Esse teu espelho bobo que reflete a superfície, que gosto que ele tem de sangue, já vai se partir sob o peso das sombras, nem os assassinados em praça pública te importam mais que o teu direito (!!!!!) de fazer piadas com pretos pobres bichas todos que se arrastam humilhados até o último grão de amor-próprio, a pólvora que você adora está inquieta pelas suas vidas, essa lente boba que só faz com que você enxergue os próprios olhos, ninguém quer conhecer a verdade, em subterrâneos almas inteiras devoradas pelos monstros que elas mesmas esconderam lá, já são bem mais de mil os motivos que temos pra querer a morte (e só precisávamos de um único), isso não passa em seu filme, você mudaria o canal se passasse, mas lancem à jaula os poetas, silenciem os artistas delicados, condenem à fome, é preciso não saber, ignorar qualquer vestígio, somente assim a crueldade acaba, qualquer outra maneira custaria muito caro e você não paga, não, não você, você não paga e nunca pagará.

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