Esse teu espelho bobo que reflete a superfície, que
gosto que ele tem de sangue, já vai se partir sob o peso das sombras, nem os
assassinados em praça pública te importam mais que o teu direito (!!!!!) de
fazer piadas com pretos pobres bichas todos que se arrastam humilhados até o
último grão de amor-próprio, a pólvora que você adora está inquieta pelas suas
vidas, essa lente boba que só faz com que você enxergue os próprios olhos,
ninguém quer conhecer a verdade, em subterrâneos almas inteiras devoradas pelos
monstros que elas mesmas esconderam lá, já são bem mais de mil os motivos que
temos pra querer a morte (e só precisávamos de um único), isso não passa em seu
filme, você mudaria o canal se passasse, mas lancem à jaula os poetas,
silenciem os artistas delicados, condenem à fome, é preciso não saber, ignorar
qualquer vestígio, somente assim a crueldade acaba, qualquer outra maneira
custaria muito caro e você não paga, não, não você, você não paga e nunca
pagará.
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