Mas então nem mais uma palavra emerge na sala dos quadros
Olhos azuis refletem no espelho um flerte uma procura de flores lá e aqui
Mas então cruza os braços e evita rir alto no salão de chá pra que ninguém perceba
Lábios doces de sorrir tão fácil e belezas de estar onde se queria ou quase
Mãos e manias de afago esperanças de afago unhas anéis dentes brancos saliva
Mas então uma fonte no quintal derramando evidências demais tão depressa e tão longe
Nem mais uma letra desenhando os papéis de um desejo tão mal disfarçado
A estampa do pano da roupa essas cores gritando e pedindo mais pele e mais pele mais perto
Na pele o sussurro de um sangue fervendo aquelas correntezas cada vez mais vorazes
Mas então nem mais uma promessa atravessando o portão pra fora e pra sempre e tão cedo
Aquele andar arrastado um olhar pra trás uma vontade de aceno pesando nos braços
Cabelos tão lisos tão claros tão livres perfumando a brisa pela última vez
Mas então um recorte no espaço onde antes um corpo talvez tenha tido alguma verdade
Árvores derrubando folhas buzinas milhões de pessoas e uma ausência palpável
Mas então nem mais uma forma que se veja exata nas fotografias da memória
A solidão absoluta numa praça e do universo nunca mais chegam notícias concretas
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