sábado, 9 de outubro de 2021

Sólido, se move, é lógico, mas sente. A gravidade tocando a pele, enquanto algum vulcão imaterial emerge nos gestos. Variáveis demais e improbabilidades, mosaicos de milhares de camadas mais ou menos formando uma imagem que alguns chamarão de caráter, outros, de personagem. Névoa, nada mais que um vulto da totalidade incomunicável, a unidade alongada no tempo, reconhecida no instante e às vezes diversa, dispersa, díspar. Tentando permanecer, tentando alcançar, tentando. Acumulando passo a passos. Engendrada em seus padrões, mas toda ela massa, música, eletricidade. Lábios e mãos. A impressão de que a existência pesa, embora um êxtase. De que o mistério se revela em susto, embora nunca acabe.

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