Mal consigo te ouvir aí soterrado no passado
Mas soube que você fala comigo como se eu ainda estivesse lá
Bem que eu gostaria que uma palavra minha fosse a semente que te brotasse de novo no agora
E não por ser minha a palavra
Agora nem sei se é possível algum dia você olhar de frente alguém que não esteja do outro lado do seu espelho
É incrível como você atira pedras da janela enquanto com a outra mão alimenta o monstro em seu armário
A sua maturidade seletiva só funciona no modelo crítico e carrasco
Não vai sobrar amor pra mim porque era só um efeito cenográfico
Mas ódio e zombarias jorram, chovem, sobram, multiplicam-se enquanto você aplaude
Em troca eu só preciso silenciar o que você não gosta
Mas olha
Lamento
Patético é o seu requinte, há poucas fantasias que
São mais deprimentes que a sua sofisticação
Para de me impor suas projeções malignas
Suas falsificações de justificativas
Esse pequeno colorido dos seus olhos mal disfarça a sede de poder
Sabedorias que você despreza em mim e agora me apregoa porque lhe convêm
Você não pode chamar de civilização o que ainda é só uma alegoria da selva
Se ainda mal começamos a rastejar um mínimo de entendimento
Por que tanto esforço em contrário
O que mais você espera de mim além de não ser