sábado, 12 de fevereiro de 2022

Ou das palavras só o fel 
Ou dos que nunca se ferem 
Ou dos mergulhos sem fim 
Ou dessas superfícies breves 

Ou dessas sobras sem vida 
Ou dos vazios envernizados 
Ou dos enganos nas nuvens 
Ou do que é certo no inferno 

Ou das erupções sem terra 
Ou dos silêncios sem escuta 
Ou de agressões confortáveis 
Ou desses afetos que evadem 

Ou desses voos sem vertigem 
Ou dos delírios sem verdade 
Ou das vertigens sem voo 
Ou do que sempre ainda falte 

Só não se faça

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