Só no começo confunde um pouco
Essa maré da moralidade
A polaridade das conveniências
A linha das leis se esticando
Conforme um nome
Ou um número na conta
Só no começo confunde
Ver um idiota receber medalhas
Por coisas que em você são defeitos
Sei que te contaram histórias
Sobre amor e caráter
Mas na vida real
Tudo isso é personagem coadjuvante
Quase sempre morrendo nas valas
Sem que ninguém chore por eles
Sei que te disseram pra acreditar
Provavelmente
Porque precisavam dormir à noite
E o teu medo não deixava
A verdade é que os fatos variam
Conforme o humor de quem conta
A História é um capricho
De quem patrocinou a versão pro cinema
Ou o disparo nos grupos
A verdade
É que a própria verdade
É inútil sem poder
Não se engane
Pra ser você mesmo é preciso respaldo
Ninguém é alguém nessa terra
Além do cachorrinho de um outro
Ou então um herdeiro
Não, não se engane
Essa liberdade nas prateleiras
Não está realmente à venda
Os vencedores, como eles se dizem,
Seguirão atrás das cortinas
Aplaudidos sem serem vistos
Vencedores
Não perdem seu tempo com questões humanas
Eles encomendam campanhas
E vão rir de tudo bem longe
Se já não tiverem esquecido
Em resumo,
Horizontalidade, inclusão, avanços
São coisas que só existem nos discursos
Em resumo,
Quem manda no mundo é um bando de cretinos
O que nem seria um problema
Se não fosse todo o resto
Tão
Decidido
A obedecer sem pensar nisso
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