sábado, 1 de outubro de 2022

Um riso áspero 
Carregado de velhos fracassos 
Uma ternura endurecida 
Demasiado 
Até não restar quase nada 
Dessa esperança torpe eu quero apenas ser 
A primeira que morre 
Da sua vitória mesquinha e pequena eu quero mais é 
Não quero 
Da sua diversidade seletiva 
Eu não nasci pra fazer parte 
Uma carícia cortante 
Aquele abraço enquanto jaula 
Uma arma ainda é uma arma se apontada pro alto 
Não vejo mérito algum em repetir um erro 
Tentando solucionar erros repetidos 
Nem solução nenhuma 
Da sua resposta única 
Tenho um milhão de dúvidas 
Da sua estrelinha de papel 
Eu quero água 
Da sua alegria amarga eu quero menos 
Do seu vazio enfeitado 
Eu não pedi nem notícias

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