sábado, 5 de novembro de 2022

Era uma vez um conto que queria ser um soneto. Como era azarado, nasceu logo aqui na periferia da literatura, o pobre coitado.

Zombavam dele por onde ele ia, dizendo:

— Ah lá, o continho abestalhado quer ser soneto.

E todo mundo ria.

Mas um dia o pai dele, preocupado, decidiu procurar um professor com doutorado. Então levou seu conto para um exame atento do doutor, que disse:

— Filho, ignore esses perversos. O fato é que você é um soneto pronto, só é preciso colocar-se em versos.

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