Era uma vez um conto que queria ser um soneto. Como era azarado, nasceu logo aqui na periferia da literatura, o pobre coitado.
Zombavam dele por onde ele ia, dizendo:
— Ah lá, o continho abestalhado quer ser soneto.
E todo mundo ria.
Mas um dia o pai dele, preocupado, decidiu procurar um professor com doutorado. Então levou seu conto para um exame atento do doutor, que disse:
— Filho, ignore esses perversos. O fato é que você é um soneto pronto, só é preciso colocar-se em versos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário