sábado, 3 de dezembro de 2022

as suas melhores ideias
nunca foram maiores que uma xícara
ou mais belas que essas pedras cinzas
tão comuns em beiras de estradas
colocávamos
um dedo sobre as suas artérias
e dizíamos não há vida
braços
unhas
olhos iguais aos nossos porém
desfilados com soberba
a sua moralidade acompanhava qualquer
coisa como os ciclos lunares
amontoados de palavras que só por
fluírem fácil eram despejados em tons de
verdade
hoje um punhado de medos e ameaças
você me toma pelo seu espelho?
acha que os meus passos se orientam
como os seus por farsas?
acusações de mágoas
em excesso ou seus parâmetros súbitos
do que é infantilidade ou sábio
sequer
me tocam
talvez somente
pra causar piedade
mas não é que eu me importe
eu vim aqui trazido por versos
te dizer que eu sinto muito mas
não é que eu estivesse contando
eu simplesmente não tenho como esquecer
quantas vezes você olhou pro lado enquanto
eu estendia a mão
pra oferecer ou pra pedir ajuda
não tenho como esquecer porque foram
todas
as vezes
não tenho como esquecer se ainda agora
você exige
por trás de portas fechadas
que o mundo se mova em sua direção
às custas de quem quer que seja que lá fora
esteja empurrando
ou seja esmagado

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