Não pode o fogo nas nuvens
O estrépito imóvel
Uma catapulta de pétala
Não pode a contemplação ter açúcar
Um rastro rasgar memórias
O mar dentro da praça
Tanta chuva em um só morango
Quase
Sempre
Assassinatos, roubos, abusos
Uma farsa exaustiva, um deboche em voz alta
Uma rua inteira de perversões
Um vale de drogas pesadas
Bem, aí
Pode
Dependendo da cor da pele
De qual é o seu nome
Do que foi dado em troca
Quase sempre
O que não pode é um bicho magro e sem dentes
Que se pudesse
Não faria nenhum estrago
O que não pode, enfim
É um muro sem átomos
É uma corrente atrás dos olhos
E eu tenho cá pra mim que
O que não pode mesmo
Muito
De verdade
É todo esse não poder
Diante de infinitas
Possibilidades
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