Vamos cantar no escuro o tempo que escorre além de nossos olhos,
Segurar as mãos e murmurar delicadezas e segredos e memórias
Sob a Via Láctea, sob a Grande Árvore;
Vamos dançar na noite os nossos corações sempre sagrados de criança
E confessar o sonho que umedece os nossos lábios;
Vamos saber a orvalho
E gargalhar a ausência de mistério;
Vamos nascer de novo, nus e em lágrimas de comunhão e afeto
E arder bem alto o fogo que se espalha em nossas peles
Sob a Via Láctea, sob a Grande Árvore;
Vamos beber o mel do nosso amor de divindades
E reconquistar a eternidade sobre o grande altar do mundo,
Vivos e encontrados,
Com nossas duas solidões entregues;
Vamos nos vestir com o sopro distraído de uma flauta
E reinventar a paz em nossos sonos enlaçados
Sob a Via Láctea, sob a Grande Árvore;
Até que o dia nos encontre exaustos e felizes e mais sábios
De ter feito arte, dessa longa prece sem palavra ou juízo
Que é o prazer das almas
Numa mesma carne.
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