domingo, 5 de fevereiro de 2017

Queria falar a linguagem dos sonhos. A voz sem amarras, a pura sensação feita imagem. Na Terra do Sol Poente, ou Nascente (enfim, na Terra do Céu Sempre Alaranjado), uma mulher parecida com a Jéssica me levou a um terraço e me deu alguma coisa pra beber. Tentava me acalmar dizendo que ainda era muito cedo pra... o que era mesmo? Ninguém é especial, é tudo igual do outro lado. Durante muito tempo, anotei meus sonhos em um caderno azul marinho. Em uma terra entre mundos, eu esperava na fila pra pegar o ônibus d’Aqueles que Tentaram e Quase Conseguiram, que era uma categoria intermediária na evolução espiritual – aliás, eu estava numa subcategoria média-baixa, porque era o único responsável por não ter conseguido. Acordamos envolvidos pela sensação sonhada, ela nos move ao longo do dia. Todo mundo é especial. Tem sonhos de que nunca me esqueci, sem precisar anotar: resgates no inferno, beijos do mais puro amor, voos soltos. Falar essa língua, sim, quem me dera. Dizia isso à Gertrude Stein e ao Caetano Veloso em um bar na Vila Madalena.

Um comentário:

Anônimo disse...

queria sonhar...