Me
ajuda a ver, mal sei pra onde olhar, em quantas dimensões há luz, e cor, e
movimento?
Um
raciocínio se perdeu, não há pra onde voltar, há tempos eu venho dizendo, me
resta ser dispersão? silêncio? as mesmas palavras?
Acabo
me perguntando pra quem eu tenho que dar tchau, quem eu tenho que cumprimentar
na rua, o que afinal é ser humano, que diferença isso faz.
De
quantas formas se pode rir e chorar (me ajuda a rir e chorar, nem uma coisa nem
outra, rir, chorar, as duas coisas), de quantas formas se pode ser, estar,
perceber, passar?
Em
quantas dimensões há coração, calor, corujas diurnas, sundaes de morango,
piscinas naturais, canetas hidrocor, ponche, lantejoulas, quartzo rosa,
mantras, edredom?
E
se ninguém estiver lá quando eu chegar? e se o caminho é só o que importa? e
se? mas e se não?
Me ajuda a ir, e só,
não quero mais que essa presença fluida, não quero mais querer, nem ter, nem
precisar, me ajuda a conhecer e a compreender em todas as versões de mim, sem
divisões, as diversões das dimensões diversas, se for possível assim, me deixa
ir e eu vou contigo até onde acaba, contente acho até, cantando.