Não
seria importante.
Sábado.
Os
ruídos eram poucos e chovia,
estava
começando o outono,
esfriou
um pouco desde ontem e chovia à tarde. No asfalto, escorrendo pelos prédios e
escorregadores dos parquinhos uma chuva cinza de concreto fria e sem vontade, não
seria nada. Um
figurante
de
uma cena que ficou de fora na hora da edição,
não
acrescentava nada,
nem
se debruçaram à janela pra vê-lo acenando, adeus,
talvez
ninguém mais saísse de casa e as lojas estivessem fechadas e os cachorros
escondidos e dormissem nos sofás com as televisões desligadas.
Passaria.
Seria
esquecido.
Voltaria
a acontecer e não seria lembrado.
Uma
cidade sem fim de calçadas e grafites, árvores úmidas e um dois três quatro milhões
de pares de mãos enluvadas ou nos bolsos, uma espera inútil de quando já não
falte nada,
uma
espera esquecida de si,
quase-mudez,
friozinho.
Um comentário:
Sensação angustiante!!!
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