segunda-feira, 1 de abril de 2019

Porém, contudo, era o meu coração que  estava sendo chutado naquela calçada. Depois de cuspidas minhas melhores palavras, pétalas, brasas. A honestidade era paga com desprezo, cada pequeno gesto analisado, medido e revirado até confirmar alguma teoria prévia de que eu era um monstro. Covardes que como tal eram heróis em bando, encontrando eco pras suas grandes arrogâncias de pequenos cérebros. Por que eu amava todos mesmo assim, humano fogo brando, enquanto eles matavam o que não entendiam. Eu ainda amava todos um por um.

No entanto, era o meu rosto sendo arrancado sempre, suspeitando-se de máscara. Mais tarde, eram vistos desfilando com orgulho os mesmos defeitos pelos quais me condenaram, chamando-os por outros nomes. Talvez eu morresse um pouco menos se participasse do seu tedioso culto à personalidade. De trás de um muro, diriam querer o meu bem, fariam declarações discretas. Fariam até parecer que eu era um deles.


Todavia, entretanto, a voz suave não fecha as feridas. Mentiras doces não causam belos finais de tarde.

Um comentário:

Anônimo disse...

Em um blog deveria poder colocar “ curti”, “gostei”, “não gostei”, “interessante”, “amei!”......mesmo quando não se quer comentar ...